domingo, 10 de junho de 2012

O PRINCÍPIO DA RECIPROCIDADE NA RELAÇÃO ENTRE BRASIL E ESPANHA

Recentemente,turistas brasileiros vêm sendo deportados da Espanha. Alguns mal conseguem sair dos aeroportos, ficando retidos em salas exíguas, sem alimentação e água, em tratamento digno de prisioneiro de guerra. As autoridades espanholas afirmam que muitos desses brasileiros não apresentaram a documentação exigida pra adentrar ao país : cartão de crédito com a última fatura , reserva de hotel e passagem de volta com data marcada, além da carta-convite.Porém, nada justifica o tratamento desumano feito até mesmo contra idosos e crianças brasileiras. Mas o que o Itamaraty fez em relação a isso? Usou o princípio da reciprocidade,ou seja, passou a dar tratamento igual ao espanhóis que desembarcam em solo brasileiro. Segundo Roberto Maltchick do jornal O Globo,a partir do início de abril, o Brasil se tornou mais rigoroso em relação à entrada de visitantes espanhóis. Entre as exigências no controle imigratório estão a de bilhete aéreo de volta , com data de retorno marcada, comprovação de meios econômicos para permanência no Brasil, no caso, a quantia mínima de R$ 170 para ingressar em território brasileiro. Mesmo assim, não conseguiu equiparar as dificuldades criadas para o ingresso de brasileiros no país europeu. Alguns obstáculos previstos na legislação espanhola não existem por aqui, como, por exemplo, o pagamento de quase cem euros por uma carta-convite, que só pode ser obtida pelo anfitrião na Comisaría de Polícia. E mais: o tratamento dado aos brasileiros não é isonômico em relação a outras nações latino-americanas, como alega o governo espanhol:há notícias de que para chilenos e mexicanos nada é cobrado nos aeroportos. A atitude espanhola é estranha num momento em que o fluxo de brasileiros que procuram o país ibérico para morar é muito pequeno, já que de conhecimento mundial que a Espanha passa por uma crise econômica sem precedentes, o que faz com o fluxo inverso, este sim, cresça a passos largos.Por outro lado, é preciso continuar dando tratamento igual ao espanhóis que aqui desembarcam, porém é preciso, antes de mais nada, cobrar das autoridades espanholas o porquê desse tratamento desigual dado aos brasileiros.

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